domingo, 2 de agosto de 2009

A Rainha

Eu estava triste, era uma noite fria e chuvosa.
Ventava no ponto de ônibus da Rua Prudente de Moraes.
Eu falava ao telefone quando vi meu ônibus passar.
Desliguei rapidamente, fiz sinal... mas ele se foi.

Abaixei a cabeça arrasada e ouvi da mulher que estava ao meu lado dizer:
-Ele está voltando.
Olhei estupefata, eu não acreditava no que via.
Aquele circular enorme de ar condicionado todo iluminado dando ré na Rua Prudente de Moraes para me buscar !!!!

Só faltou a trilha sonora ao vivo, mas que certamente eu ouvia.

Quando ele parou na minha frente e abriu a porta para que eu entrasse,
me senti como uma rainha segurando seu cajado e o manto vermelho.
Agradeci ao motorista e ele me lançou um sorriso enorme e largo sem dizer uma palavra.
Ele era um homem negro e forte e de aparência muito afetuosa.

Quando passei pela roleta percebi que todos os outros passageiros esticavam suas cabeças para ver quem eu era. Senti minha face pegar fogo.
Eu era uma rainha e eles nem sabiam.
Fiquei ruborizada, mas me senti poderosa.

Segundos depois, já sentada no meu trono,
percebi que minha tristeza tinha ido embora.
Aquele homem com um gesto completamente inusitado,
me fez sentir, naquele momento a rainha do mundo
que subia feliz em sua carruagem toda iluminada
.

5 comentários:

  1. Ser rainha é ter luz propria e brilhar sempre, as vezes nem percebemos que a temos , mas uma força maior, que está em todos os nossos momentos, achou que aquela luz merecia ser uma rainha.
    Sempre te digo nada acontesse por acaso.
    Pra RAINHA Tê.
    Beijos

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  2. E ai Anônimo!?!?! Mandou bem!!!
    Beijo Tê. Tô com uma saudade quase infernal da minha vidinha carioca. Beijo.

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  3. Oi Mara, estava com saudades dos seus comentários!!
    Está acabando sua temporada paulista... já já voce estará de volta. Beijo

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  4. Em tempos atuais uma gentileza como essa é algo extraordinário...coisa de alta realeza mesmo!

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