domingo, 26 de fevereiro de 2012

Augusto Malta 14-05-1864 * 30-06-1957

O primeiro estágio que fiz ainda na faculdade, foi no Museu da Imagem e do Som, na Praça XV, no Centro do Rio. Entre tantas coisas que vi e aprendi por lá, ficou para sempre em minha memória, o acervo do fotógrafo Augusto Malta. Eu nunca tinha visto negativos em vidro. Umas pequenas e delicadas lâminas com imagens ao fundo. Fiquei encantada.
Augusto Malta era alagoano e veio para o Rio de Janeiro com 24 anos, em 1888. Foi auxiliar de escritório, guardador de livros e comerciante de tecidos. Em 1900, segundo relatos, um de seus fregueses de tecido pediu que trocasse sua bicicleta por uma máquina fotográfica. E, casualmente, Malta começou a tirar fotos e a tomar gosto pelas imagens, sem jamais imaginar que teria para sempre um lugar de grande destaque na história da cidade do Rio de Janeiro.
Foi o Prefeito Pereira Passos, em 1903, quem o contratou para registrar as obras públicas, prédios, escolas, inaugurações, enchentes, desabamentos, construções, carnaval... tudo da cidade que estava tendo seus traços alterados por conta das transformações que vinham acontecendo. E foi assim, na riqueza de detalhes e da importância da fotografia como documento, que Malta tornou-se o mais hábil fotógrafo da cidade. Foram 19 prefeitos e 33 anos no cargo, criado na época, especialmente para ele. Em 1911 tornou-se o primeiro fotojornalista brasileiro e mesmo aposentado, Augusto Malta fotografou por mais 20 anos.
Parte de seu acervo desapareceu ou estragou com a ação do tempo. Foram mais de 30 mil registros, mas ainda é possível pesquisar no Museu da Imagem e do Som, no Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro e na Casa de Rui Barbosa. Vale muito a pena.

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