Quando eu era criança, meus pais sempre me levavam para ver o circo que estava montado na cidade. Eu ia feliz, mas por dentro ficava morrendo de medo.
Circo é ao vivo e eu sempre achava que algum malabarista ia cair, que o globo da morte ia dar defeito, o trapezista perder o trapézio ou o contorcionista torcer demais. Ficava com as mãozinhas geladas, mas nunca aconteceu nada, graças a Deus! Era apenas uma ansiedade infantil misturada com o medo do desconhecido.
O circo me encanta até hoje por suas cores, magia e liberdade. Sempre ouvíamos uma história de alguém que tinha ido embora com o circo. Ou por ter se apaixonado pelo domador de leões ou simplesmente para viver uma vida de aventuras.
Quando meu primeiro sobrinho nasceu e já era um pouco grandinho, resolvi leva-lo ao circo. Convidei um querido amigo que também era encantado por essa magia e fomos. Meu sobrinho era levado de doer, mas ficou quietinho durante toda a apresentação, talvez com medo e pensando as mesmas coisas que eu pensava, ou hipnotizado por tantas cores e movimentos.
Quando assisti o filme francês A mulher e o atirador de facas, de Patrice Leconte, fiquei mais encantada ainda. Um romance incomum, cheio de suspense e sensualidade, onde o universo do circo é contado em p&b, através das escolhas da vida de cada um.
Anos depois, com minha filha e outras crianças em uma apresentação do Beto Carrero, na Praça Onze, tive que sair com as crianças aos prantos, que se assustaram com os tiros que Beto Carrero deu para o alto quando entrou em cena. Após o número dos cavalos e dos tiros, voltamos para dentro da lona. E depois do susto, só encantamento.
O circo ainda é completamente encantador! Apesar do frio na barriga, ainda tenho vontade de assistir sempre esse belo espetáculo.
ResponderExcluirÉ verdade, querida. O circo é completamente encantador. beijo
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