domingo, 7 de novembro de 2010

Jabor

Quando eu era estudante universitária, assisti em uma sessão na faculdade ao filme Tudo Bem, de Arnaldo Jabor.
Que delícia! Achei tão divertido e simples que fiquei curiosa por este diretor e fui ver o que ele já tinha feito antes.
Consegui assitir Toda Nudez Será Castigada. Uau! Completamente diferente do outro. Com personagens fortes, marcantes e enlouquecidos...
Depois Eu te Amo, que acho que na época não entendi muito bem aquelas relações tão complexas...

Mas quando veio Eu sei que vou te amar, pronto, me encantei com ele para sempre.
Adorei o filme, vi mais do que uma vez, comprei o livro com o roteiro e todos nós descobrimos o talento de Fernanda Torres, merecidamente premiada no Festival de Cannes.

Vida que segue, tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente por conta do trabalho.
Parou de filmar, virou comentarista político na televisão, crítico, colunista e escritor.
Certa vez ganhei de presente de amigo oculto, com dedicatória do próprio Jabor, o livro Amor é prosa, sexo é poesia. São as crônicas afetivas ao longo de sua vida. Um delicioso livro.
Descobri que gosto muito mais dos textos afetivos do que dos políticos que ele escreve no jornal. Mesmo assim leio alguns. Às vezes gosto bastante e outras não. Às vezes me encanto ou acho chato, mau humorado, diferente do meu pensamento.
Bom, ninguém é bom sempre. Ainda bem.
Já pensou acertar todas? Não errar nunca?

A Suprema Felicidade, seu mais novo filme, depois de mais de 20 anos sem filmar, me encantou pela delicadeza a moda antiga, pelo cuidado da produção, da direção de arte, do elenco, da fotografia, mas que me confundiu em determinado momento da história... ou eu me perdi ou o filme se perdeu em mim.
Acho que a minha relação com o Jabor, que ele nem imagina que exista, é assim, mesmo.
De entender ou não entender. De se encantar ou não se encantar.

Mas como ele diz no livro, sobre a canção de Rita Lee e Roberto de Cravalho, baseada em um texto seu: "ando com uma fome de arte, ando com saudades da beleza, ando com saudades de tudo, saudade de alguma delicadeza, paz, pois já não aguento mais ser apenas uma esponja absorvendo e comentando os bodes pretos que os políticos produzem no Brasil e lá fora."
Marco Nanini, excepcional no filme diz: "A vida gosta de quem gosta dela."
É isso.

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