domingo, 5 de setembro de 2010

Lamê dourado

Por conta de tantos acontecimentos ligado às comunidades e ao terceiro setor que vivi ultimamente, além de reencontros e lembranças, lembrei de uma história trágica (pelo momento) e engraçada (pela particularidade).
Era junho de 2000 e eu trabalhava em uma produta em Ipanema. No final do dia, um tumulto aconteceu que acabou ganhando o mundo : o sequestro do ônibus 174, no Jardim Botânico a um quarteirão da minha casa.

Nem eu nem ninguém que morávamos por ali, poderíamos voltar para casa pois o trânsito estava todo parado e a violência e o medo espalhados pela cidade.
Mas eu estava assustada e queria ir, minha filha era pequena e estava em casa com a empregada.

-Vou de bicicleta pela Lagoa, pensei.

Sempre tinha uma bicicleta guardada na garagem da produtora. O problema é que eu estava com um vestido curto e não poderia sair pedalando por aí vestida daquela maneira. Eis que alguém sugeriu que eu pegasse uma das roupas do figurino de Orfeu que estava guardado no armário. Só que o figurino era de Carnaval e do próprio Orfeu.
A única coisa viável para se vestir era a calça de lamê dourado que o Toni Garrido usou para desfilar na Escola de Samba do filme.

Foi ela mesma. Amarrei o vestido como uma blusa, coloquei a calça de lamé dourado e fui embora para casa.

A cada farol de carro que batia em mim, eu refletia mais do que o sol de tão brilhante era o tecido de lamê. Era engraçado, as pessoas mexiam comigo na rua por conta deste brilho todo que eu estava espalhando pelo caminho.....
Meu coração estava acelerado e eu não sabia se ria ou chorava mediante a situação.

Bom, cheguei sã e salva embora o desfecho do sequestro não tenha sido são, nem salvo.
Até bem pouco tempo tive guardada esta calça de lamê ( ela fazia parte de um conjunto de várias iguais do figurino do filme).
Onde mais eu poderia usar esta calça:
- na entrega do premio Multishow
- para ser backing vocal em um show do Serguei
- doar para algum brechó.
Foi o que fiz.
Apenas lembranças....

2 comentários:

  1. Oi, Teresa,
    Acho um absurdo vc ter jogado essa calça fora, rsrsrs. Eu não jogaria nunca, ia guardar pra mostrar pros netos. Afinal, ela foi personagem de um episódio tão interessante!

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  2. hahaha, não joguei fora... passei a diante para alguém que terá uma outra história para contar!
    beijos

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