sábado, 10 de julho de 2010

Quando o amor acontece

Os ônibus circulares da Zona Sul melhoraram muito.
São grandes, novos, iluminados e com ar condicionado!
Ainda bem, pois com a temperatura carioca é desumano andar de ônibus sem ar, principalmente quando se aproveita para colocar a agenda e o extrato bancário em dia, retirar aquele fio errado da sobrancelha, lixar as unhas, ler o jornal, ouvir música e observar as pessoas...essa é a melhor parte....
Em um daqueles dias lindos de sol, um belo rapaz estava sentado no banco de trás indo para a praia.
Alguns pontos a frente entrou uma moça, também em trajes de banho e tão bonita quanto ele.
Quis o destino que um carro cruzasse a frente do ônibus, fazendo com que o motorista freasse bruscamente jogando a menina no colo do rapaz.

Foi tudo muito rápido e ela pediu desculpas sorrindo sem graça, sentando-se ao lado dele.
Como diz Nelson Motta em seu último livro, é ótimo ouvir conversas de estranhos pois sempre nos inspira em alguma nova história.
De onde eu estava não dava para ouvir nada.

Mas também não precisava: os olhares, sorrisos e conversas eram de uma intimidade que se iniciava ali naquele banco.
Uma luz especial brilhou em volta daquele casal.
Eles desceram juntos e seguiram em direção ao mar.
Quando chegou a minha vez de descer, quase agradeci ao motorista a freada, mas seria um pouco demais.
Ele nem sonhava que uniu duas pessoas em um futuro romance de amor.
Apenas sorri e segui meu caminho.

4 comentários:

  1. Sempre admirei seu olhar observador. Em forma de conto está ainda melhor. Parabéns! Bjs Mi.

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  2. Adorei a crônica. Breve maa cheia de espaços para se pensar. Bela, bela.
    Bjs

    Jacinto Fabio Corrêa

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