Sempre que posso ando de trem. É um meio de transporte que gosto e que sempre me remete a um passado que nunca vivi.
Já andei em vários trens diferentes e nos mais diversos lugares no Brasil e fora dele. Sempre que tenho essa oportunidade, faço este programa. Sem falar que estação de trem é uma locação e tanto!! Por conta de compromissos familiares, peguei o trem na Central do Brasil no ramal Japeri, com destino a Nova Iguaçu. Já tinha andado no trem da Central quando criança e com meu pai. Depois de adulta, nunca mais. Peguei o metrô na Estação General Osório em Ipanema, até a Estação Central e achei muito prático podermos descer dentro da Estação do trem.
Painéis gigantescos e digitais com todas as informações necessárias e funcionários educados ao serem solicitados. O que me impressionou é que todos andam muito rápido.
Muuuuito rápido. Todos. Uma pressa que parecia que o mundo ia acabar.
Só eu andava devagar olhando e observando tudo, como sempre. Fui em pé no trem.
Quem mandou não ter pressa?
Não fui tipo ‘lata de sardinha’, fui em pé normal. Uma hora até o meu destino. Um calor senegalesco, as pessoas com cara de cansadas, suadas, dormindo, conversando, observando. Vendedores ambulantes com os mais variados produtos inimagináveis e barulho, muito barulhento o trem. Outra coisa que me impressionou foi à feiúra do trajeto. Como é feio! E podia ser tão mais bonito tão mais bem cuidado. Entre as Estações de Engenho de Dentro e Madureira, alguma bela alma plantou vários bougainvilles rosas e vermelhos que estavam começando a florir subindo pelos muros.
Muda tudo. Muda a paisagem, muda o astral, muda a respiração! Quase um oásis naquele concreto todo pichado e sujo. A minha sugestão é que mudas de flores sejam plantadas entre todas as estações de trem. Provavelmente nem um terço dos passageiros percebem as flores ou a falta delas.
Torna-se tão mecânica essa viagem diária de trem que esses trabalhadores, que ralam de verdade e que acordam muito cedo, merecem um pouco de alívio para os olhos.
A viagem de trem é muito mais rápida e muito mais barata e se ela puder ser bela, a vida agradece.
Quando dei aulas na Gama Filho da Piedade andei muito de trem. Antes tinha medo, preconceito mesmo, depois vi que é um transporte muito bom. E muito rápido. Os de ar condicionado, então, são ótimos, fora da hora do pico,claro. Mas na hora do pico todos os transportes são cheios. Voltando ao preconceito, eu achava que poderia ser assaltada no trem. Claro que posso ser assaltada, como em qualquer lugar. Mas o pior é que meu preconceito era em relação aos usuários do trem - que, depois eu vi, são pessoas comuns, só que moram no subúrbio. E logo eu que já fui casada com suburbano, ter medo e preconceito em relação ao trem... que horror. Vivendo e aprendendo.
ResponderExcluirNosso lema: vivendo e aprendendo, sempre. Beijos
ResponderExcluirTeresa, bela cronica. Estou andando agora como "lata de sardinha", mas ainda acho o melhor transporte, rápido. Vida longa ao blog. Eduardo
ResponderExcluirObrigada, Eduardo. É uma homenagem a você. Beijo
ResponderExcluirOi Teresa, aproveito para lembrar que em Passa Quatro funciona um gostoso trem turístico, com Maria Fumaça, que até foi usado nas miniséries Mad Maria e JK. Quem quiser matar esta saudade, é só ir lá, a linda cidade vem de brinde...
ResponderExcluirTeresa, se algum dia nos encontrarmos por lá, você é minha convidada de honra, pois como eu fui o articulador da volta do trem, tenho passe livre e posso levar convidados... um beijo, Kleber
Kleber, querido! Obrigada pelo convites. Claro que eu já andei nesse trem de P4 e vou andar novamente com você. É um passeio lindo!
ResponderExcluirVou no final de maio, no Festival de Gastronomia. Vamos? Beijos!